quarta-feira, 29 de agosto de 2012
ELE ESTÁ EM TODA PARTE.
Depois de um maravilhoso dia de sol, nuvens carregadas começaram a se formar, ventos fortes anunciavam a chegada de um temporal, logo a atmosfera exalava o cheiro úmido da chuva que se aproximava, então, pingos gigantes e espaçados começaram a fazer um barulho semelhante a da marcha de um grande exército, só o som dos trovões abafaram a imponência daquela chuva, como é bom ser embalado pelo som da chuva em baixo de cobertas quentes, é como se uma sinfonia acampasse na nossa janela para velar nosso sono. Os sons da natureza traduzem a presença de Deus, e assim como ele está em toda parte, os sons da natureza não têm idioma nem sotaque, o iuvo dos ventos nas frestas da portas entram sem convites, mas são bem vindos. Como é bom ouvir!
No mar da Galiléia, o barulho imponente das ondas que morriam na praia não era percebido por um homem que vivia em um mundo de absoluto silêncio, pescadores que ali aportavam seus barcos anunciavam o preço da mercadoria, o barulho ali era intenso nos dias de pesca, mas ele só percebia os movimentos e o agito das águas.
Janelas de percepção e expressão da sua alma estavam cerradas.
“Efatá”, ou: “Abra-se”. Ordenou Jesus ao tocar os seus ouvidos com os dedos, e com saliva, a sua língua. E as janelas se abriram, ele passou a ouvir e falar, passou a apreciar o som das palmas nos movimentos das árvores que dançam ao encontro dos ventos, o melodioso som dos pássaros e tantos outros sons que anunciam: Ele está aqui!
Naquele dia, em uma praia na Galiléia, um homem balbuciava um som vindo de dentro, ele nunca aprendera a falar, pois não ouvia, mas alguém o entendia, àquele que lhe abriu as janelas cerradas da alma para que ele percebesse a grandeza do ser que tudo criou por amor e que se mostra em toda parte.
Trancafiado em uma dessas tantas janelas cerradas da nossa existência, encontra-se um grito, um inexprimível sussurro ou gemido, uma lágrima ou até mesmo um sorriso. Ainda não aprendemos a ouvi-lo, ainda não aprendemos a falar-lhe, mas Ele nos entende. O Deus que quer abrir todas as nossas portas interiores, Ele quer que você deixe sair todos os tesouros escondidos, ou então deixá-lo entrar e curar, se ao invés de tesouros encontrem-se feridas, profundas marcas esquecidas, esperando ouvir o som de alguém dizendo: “Efatá”.
Giane Siqueira
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