quarta-feira, 29 de agosto de 2012

NÃO TENHA MEDO DE QUEBRAR PROTOCOLOS Muitos atravessam a vida esperando sentir o toque de Deus, acreditam que esse toque só pode vir com a intervenção de outra pessoa, que fale ou faça algo para que de alguma forma personifique o Deus invisível. E o que dizer de alguém conseguir tocar em Jesus? Não falo de esbarrar Nele por aí, ou de dar uns tapinhas amigáveis nas suas costas, nem mesmo de abraçá-lo, mas de tomar uma atitude incomum, capaz de chamar a sua atenção. Mas será que o grande criador do universo pode se impressionar com alguma coisa? Ele conhece bem a natureza humana, e os protocolos que definem o comportamento nas relações humanas como aceitáveis e toleráveis. Certo dia uma mulher caminhava com as ultimas forças de que dispunha, não só força física, mas a coragem de quebrar um protocolo imposto pela sociedade em que vivia, estava condenada a se isolar pelos rituais e crenças da religião, tanto por ser mulher, quanto por estar doente. No desconforto dessa caminhada, esquecera dos dogmas e imposições, comprimida por uma grande multidão, e a desvantagem de estar fisicamente debilitada por uma contínua e duradoura hemorragia, uma só coisa pairava em seus pensamentos, e não era o medo de ser descoberta ali, mas conseguir transpor todo aquele obstáculo e tocá-lo. Esquecera que não podia estar ali, esquecera por um instante os acontecimentos dos últimos 12 anos, em que toda ciência médica da época e todos os recursos de que dispunha haviam sido gastos para uma terrível contastação: Está condenada! Não há cura! Quanto mais perto ela se aproximava, mais crescia a certeza da possibilidade, da cura, da liberdade, tanta gente ao lado de Jesus, mas ninguém podia intervir. Muitos já estavam bem próximos a Ele e Nele se encostavam, mas ninguém o “tocou.” Ninguém podia promover esse toque, só a sua necessidade que todo o tempo repete um coro: “Se tão somente eu tocar em suas vestes serei curada” Até que num impulso, esticou o braço, como se segurasse numa tábua de salvação. Jesus sentiu o toque daquela mulher... E a única coisa que lhe chamou a atenção, quando os seus olhos percorriam à procura de uma resposta para a pergunta: “Quem me tocou?” Não foi o fato de aquela mulher ter transgredido à lei em benefício próprio, mas o fato de ela ter quebrado todo o protocolo da época para se aproximar de um poder maior. O único capaz de percebê-la em meio àquela multidão de sofrimentos e preconceitos. Se tão somente transpor-mos as barreiras da impossibilidade, tirando os olhos da opressão religiosa, entendendo que não é absolutamente necessário a intervenção de outra pessoa entre nós e Deus, mas saber que, ainda que debilitados e fracos, ainda que constrangidos pelas convenções e tradições, não precisamos mudar o percurso, não precisamos desistir da caminhada, mas tirar os olhos da multidão, fixar os olhos na orla das suas vestes e dar um impulso para tocá-lo, um toque tão forte e tão suave quanto o poder e a paz, quanto a fé e o amor, quanto a busca e a conquista, capaz de mover àquele que restaura todas as coisas. Você quer ser preenchido pelo olhar de Deus, ao perceber na multidão, o seu inconfundível toque? Se for necessário, não tenha medo de quebrar protocolos. Giane siqueira.
ELE ESTÁ EM TODA PARTE. Depois de um maravilhoso dia de sol, nuvens carregadas começaram a se formar, ventos fortes anunciavam a chegada de um temporal, logo a atmosfera exalava o cheiro úmido da chuva que se aproximava, então, pingos gigantes e espaçados começaram a fazer um barulho semelhante a da marcha de um grande exército, só o som dos trovões abafaram a imponência daquela chuva, como é bom ser embalado pelo som da chuva em baixo de cobertas quentes, é como se uma sinfonia acampasse na nossa janela para velar nosso sono. Os sons da natureza traduzem a presença de Deus, e assim como ele está em toda parte, os sons da natureza não têm idioma nem sotaque, o iuvo dos ventos nas frestas da portas entram sem convites, mas são bem vindos. Como é bom ouvir! No mar da Galiléia, o barulho imponente das ondas que morriam na praia não era percebido por um homem que vivia em um mundo de absoluto silêncio, pescadores que ali aportavam seus barcos anunciavam o preço da mercadoria, o barulho ali era intenso nos dias de pesca, mas ele só percebia os movimentos e o agito das águas. Janelas de percepção e expressão da sua alma estavam cerradas. “Efatá”, ou: “Abra-se”. Ordenou Jesus ao tocar os seus ouvidos com os dedos, e com saliva, a sua língua. E as janelas se abriram, ele passou a ouvir e falar, passou a apreciar o som das palmas nos movimentos das árvores que dançam ao encontro dos ventos, o melodioso som dos pássaros e tantos outros sons que anunciam: Ele está aqui! Naquele dia, em uma praia na Galiléia, um homem balbuciava um som vindo de dentro, ele nunca aprendera a falar, pois não ouvia, mas alguém o entendia, àquele que lhe abriu as janelas cerradas da alma para que ele percebesse a grandeza do ser que tudo criou por amor e que se mostra em toda parte. Trancafiado em uma dessas tantas janelas cerradas da nossa existência, encontra-se um grito, um inexprimível sussurro ou gemido, uma lágrima ou até mesmo um sorriso. Ainda não aprendemos a ouvi-lo, ainda não aprendemos a falar-lhe, mas Ele nos entende. O Deus que quer abrir todas as nossas portas interiores, Ele quer que você deixe sair todos os tesouros escondidos, ou então deixá-lo entrar e curar, se ao invés de tesouros encontrem-se feridas, profundas marcas esquecidas, esperando ouvir o som de alguém dizendo: “Efatá”. Giane Siqueira

domingo, 24 de maio de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O pão dos filhos.

Mateus 15:21 a 28.

Aquela mulher Cananéia tinha uma grande necessidade e conhecia a fonte da solução do seu problema, aproximou-se de Jesus, e já sabendo que não tinha aliança com ele, pois não pertencia ao povo de Deus, pediu-lhe misericórdia. Jesus não lhe respondeu palavra, pois ele não podia contrariar a palavra de Deus, que o tinha enviado apenas para a casa de Israel. A mulher, no entanto não desistiu, aproximou-se dele e o adorou, dizendo: Senhor Socorre-me. Os seus discípulos não aguentavam mais os gritos daquela mulher e pediram a Jesus que a despedisse logo, não imaginavam eles que aquele ato de persistência e perseverança começava a chamar a atenção de Jesus. Com um ar de contestação retrucou Jesus: Não é bom pegar o pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. Não é bom, mas não é proibido, deve ter pensado a mulher, que usou as palavras do mestre para argumentar a sua situação. Sim, senhor, disse a mulher numa atitude de concordância à palavra de Deus, mas indagou dizendo que os cachorrinhos também comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Que resposta teria o mestre do amor e da misericórdia diante daquelas palavras? Aquela mulher movida por uma grande necessidade desbloqueou todas as barreiras da sua mente e não abriu mão de todos os seus elementos interiores para obter o que queria, ela rompeu todas as barreiras do orgulho e das tradições diante daquele que talvez ela conhecesse mais sobre a sua natureza do que os seus próprios seguidores, movendo Jesus a pensar, não como um Judeu, mas como um filho de Deus, que, mesmo na ausência de direitos daquela mulher diante dele, ela tinha um álibi, embasado na palavra de Deus, que é a fé.“Grande é a tua fé, seja feito como tu desejas.” Essas foram as palavras do mestre.Quem desejou foi a mulher, não foi Jesus, porém ele não atendeu ao seu pedido só por causa da insistência ou para se ver livre dela, mas porque ela usou a palavra do Deus de todos os homens, a única coisa que move Deus em nosso favor é a sua palavra, (Isaías 43:26 "Procura lembrar-me; entremos em juízo juntamente; apresenta as tuas razões, para que te possa justificar.")O único veículo que atesta e valida nossas petições diante de Deus, a fé. Deus não faz acepção de pessoas. A necessidade move a fé, a fé movida pelo amor encontra argumentos na palavra, e Deus, fiel cumpridor daquilo que diz, não pode deixar de atentar para essas coisas. Giane Siqueira.